MARIO TRIMARCHI
The smiling objects
| bio
| abstract
PT
Mario Trimarcchi, arquitecto e designer, faz parte da geração “à mão livre” e acredita, convictamente, que o desenho serve para entender melhor as coisas que nos rodeiam. Na década de 1990, dirige o Mestrado em Design da Domus Academy e integra o Olivetti Design Studio, projectando computadores e terminais de cash dispenser com Michele De Lucchi.
Em 1999 fundou o atelier de corporate identity – FRAGILE, onde paralelamente
aos projectos de posicionamento estratégico e de comunicação, desenvolve a sua investigação pessoal em design.
Colabora continuamente com a empresa Alessi. Entre os seus produtos mas paradigmáticos encontram-se: os vasos Intanto, a família La Stanza dello Scirocco e a série Il Tempo della Festa. Em 2014 desenha a cafeteira Ossidiana que é distinguida com os prémios: Red Dot Award 2015 e XXIV Premio Compasso d’Oro, ADI.
Em 2015 concebe a colecção Oggetti Smarriti, um exercício sobre o futuro dos novos objectos domésticos.
De 2005 a 2015 lecciona Corporate Identity na Università di Genova UNIGE e a partir de 2013 ensina Brand Design na NABA – Nuova Accademia di Belle Arti de Milão.
ENG
Mario Trimarchi, an architect and designer of the “freehand” generation, strongly believes drawing helps to understand the things around us.
In the 1990s he directed the master’s program in Design at Domus Academy, and was part of the Olivetti Design Studio, where he designed computers and cash dispensers with Michele De Lucchi.
In 1999 he founded FRAGILE, a corporate identity studio, where alongside projects
of strategic positioning and communication, he conducts his own personal design research.
He works on continuous basis with Alessi; important products include the Intanto vases, the family La Stanza dello Scirocco and the series Il Tempo della Festa. In 2014 he designed the Ossidiana coffeemaker, receiving the Red Dot Award 2015 and the 24th Compasso d’Oro ADI award.
In 2015 he produced the collection Oggetti Smarriti, an exercise on the future of new domestic objects.
From 2005 to 2015 he taught Corporate Identity at the University of Genoa UNIGE, and since 2013 he teaches Brand Design at NABA in Milan.
Os objectos sorridentes
Quando desperta a manhã e estamos demasiadamente cansados que parece ainda noite e antes de iniciamos o dia, abrimos os olhos e observamos os objectos a nossa volta que nos olham e há algo que não está bem, neste momento perguntamos: porque vivemos em conjunto com estas entidades?
Porque não os deixamos em paz? Quando saímos ou viajamos para muito longe e finalmente eles são os donos da casa e do seu tempo, falam e escutam-se uns aos outros, sem necessidade da nossa presença.
Nunca um objecto chorou por um homem ou por uma mulher terem partido de casa, no entanto algumas vezes acontece que um homem ou uma mulher choram, talvez insensatamente, quando um objecto se estraga.
Estamos habituados a pensar que por detrás da cada objecto há uma história, misteriosa, feliz ou até indecifrável. Uma história de memórias, de amor e carinho - que são únicas -, de mudanças, de pó e de labuta quotidiana. Talvez por detrás dos objectos não exista nada, possivelmente devemos só os ajudar a morrer, ajuda-los a passarem de moda, ajuda-los a esgotarem a sua própria função, razão pela qual os adquirimos ou os emprestamos a outras pessoas, ou ainda os oferecemos com um bonito sorriso que é mais valioso que o próprio objecto.
Talvez fosse melhor concentramo-nos mais nos sorrisos e menos nos objectos.
No entanto, no caso em que devemos projectar estes objectos, porque nos pedem ou porque sentimos uma nossa necessidade imperiosa de o fazer, neste caso seria útil pensarmos que se os projectarmos correctamente eles serão capazes de sorrir, sorrir para nós e nos fazer sorrir. Ocasionalmente.
The smiling objects
There is a time when we wake up in the morning but we are so tired that it looks like that it is still night. It is before we start the day. We open our eyes and observe the objects around us. They look back at us and there is something that is not right. That is the time when we ask: why do we live together with these entities?
Why don’t we leave them alone? When we go out or travel to far away, I believe that they are finally the owners of the house and of their own time. They talk and listen to each other, without our presence.
I have never seen an object crying for a man or a woman that have left home. But it sometimes happens that a man or a woman cries unwisely when an object doesn’t work or breaks.
We have the habit to think that behind every object there is a story. It is a mysterious, happy or even indecipherable story. We believe that it holds memories, love, and affection, which are unique. We want it to reveal changes, dust, and our daily life. Perhaps behind the object, there is nothing.
Perhaps we should only help it die or help it move away from the fashion category. We should exhaust its own function because that is the reason why we acquired it or lend it to others. We offer it with a beautiful smile that is more valuable than the object itself.
Maybe we should concentrate more on smiles and less on objects.
We project the objects because someone asks us to or because we feel an overriding need to do them. In either case, it would be useful to think that if we project them correctly they will be able to smile. They will smile for us and also make us smile. But it will be just occasionally.
TEAL TRIGGS
Sites of graphic design criticism:
new spaces, new critics
| bio
| abstract
PT
Teal Triggs é Professora de Design Gráfico e Diretora Associada da School of Communication do Royal College of Art, em Londres. Como historiadora, crítica e docente de Design Gráfico, já proferiu diversas palestras, divulgando amplamente o seu conhecimento. Os seus textos sobre pedagogia em design, auto-publicação e feminismo têm aparecido em inúmeros livros e publicações internacionais de design. Teal é Editora Chefe de Design de Comunicação da Bloomsbury/ico-D e co-editora de Comunicação Visual da Sage. Os seus livros mais recentes são: The Graphic Design Reader (Bloomsbury), Fanzines (Thames & Hudson), e o livro infantil The School of Art (Wide Eyed). Ela é membro da International Society of Typographic Designers and the Royal Society of Arts
ENG
Teal Triggs, is a Professor of Graphic Design and Associate Dean, School of Communication, Royal College of Art, London. As a graphic design historian, critic
and educator she has lectured and broadcast widely and her writings on design pedagogy, self-publishing, and feminism have appeared in numerous edited books
and international design publications. Teal is Editor-in-Chief of Communication Design (Bloomsbury/ico-D) and is co-editor of Visual Communication (Sage). Her recent books include: co-editor of The Graphic Design Reader (Bloomsbury), Fanzines (Thames & Hudson), and the children’s book The School of Art (Wide Eyed). She is a Fellow of the International Society of Typographic Designers and the Royal Society of Arts.
Sites of Graphic Design Criticism:
New Spaces, New Critics.
The role of graphic design criticism in practice, research and history remains an underdeveloped area of study. Especially when compared to established academic disciplines such as literature, art history, film and architecture. Yet, throughout the history of contemporary graphic design, I would argue that criticism has been omnipresent within the design process - whether in practice, interrogating the briefs offered up by clients, or in research, through adopting critical and speculative methods.
At the same time, an established role for professional critics in graphic design has remained elusive; British design writer, Rick Poynor, is one of the few who has achieved this position. Whilst there is certainly a need for such critics, we must not lose sight of the unique ways in which critical discourse has emerged through alternative means: for example, exhibitions, independent publications, and social media. Nor must we underestimate the value of critical texts and visual critiques produced by design practitioners and educators (e.g. Metahaven, Kenneth Fitzgerald, Michael Golec).
This paper takes as its starting point Christopher Frayling’s model of design research and applies it to the practice of criticism. In other words, what might we learn by framing an exploration of research into, through and for graphic design criticism? And, how might the findings be applied to determining the future of the field? In an ever-increasing age of information complexity, the question remains: what is criticism for? And how do we, as readers and viewers, act upon it.
PHILIP CABAU
Onde param os esquissos?
| bio
| abstract
PT
Philip Cabau é autor de diversos livros – Design pelo Desenho (Ed.Lidel), O Dispositivo Desenho e O Desenho Apr(e)endido (ambos das Edições ESAD.cr) – tendo ainda editado e apresentado publicamente inúmeros textos à volta do tema. É arquiteto, doutorado em Desenho e professor na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (IPL). Paralelamente ao percurso docente foi autor de diversos projetos de arquitetura, cenografia, desenho de exposições e mobiliário. Integra a direção do Ar.co (Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisboa) e é membro fundador da Palavrão - Associação Cultural.
ENG
Philip Cabau is an architect, draughtsman and researcher, and a senior lecturer in Product Design and Fine Arts (with a PhD in Fine Arts/Drawing) in ESAD.CR, I.P. Leiria. He’s the author of several texts and books on Drawing – Design pelo Desenho (Ed. Lidel), O Dispositivo Desenho and O Desenho Apr(e)endido (both in Edições ESAD.
cr). As an architect he authored several works on dwelling, furniture, theater sets, and exhibition design. He is a member of the board of directors of Ar.Co (Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisbon) and a founding associate of Palavrão - Associação Cultural.
Onde param os esquissos?
O desenho do designer como utensílio de pesquisa
Historicamente o desenho é definido como uma sequência de práticas que começa no primo pensier e acaba no disegno finito. O esquisso está associado aos procedimentos da primeira anotação, da procura intensiva, da invenção germinal, essencial à perceção das diferenças entre o fragmento e o todo, entre o inacabado e o acabado. Quando incide sobre o projeto ele torna-se o agente de uma consciência autoral, uma ferramenta adequada à identificação de novas linhas de experimentação, apta a aventurar-se além da mera associação das figurações existentes e capaz de Trovare cose non vedute, como o definia Cennini no século XV. Com ele acede-se a um futuro condicionado ou conjuntivo do pensamento visual. Contudo, apesar do que nos dizem agora as ciências cognitivas sobre a importância deste tipo de pensamento visual, o esquisso está cada vez mais ausente do projeto. Mas até que ponto, prescindindo dele, não prescindirá também o designer dos traços identitários que definem a sua profissão?
Where did the sketches go?
The designer’s drawing as a research tool
Tradition defines drawing as a practice that begins with the primo pensier and ends with the disegno finito. Sketching is related with the procedures of the former. Its ability for intensive searching is intrinsic to the perception of the differences between the fragment and the whole, the finished and the unfinished. The sketch becomes thus the core device for the consciousness of authorship, a tool for identifying new experiences. Sketching takes one to a conditional future tense, a disjunctive disposition for visual thinking in a venture well beyond the already existing images, helping the designer to find the not yet seen – Trovare cose non vedute as Cennini described it in the 16th century. Still, in spite of what the cognitive sciences teach us on the importance of this type of visual thinking, sketching is becoming increasingly absent from the design process – the pressing question being: to what extent will the designer forgo the identity traces that define his work?
JOANA QUENTAL
The no meaning turn:
sincronia, sintonia e design
| bio
| abstract
PT
Joana Quental é designer, ilustradora, docente na Universidade de Aveiro e co-responsável pelo Programa Doutoral em Design. Integra a Unidade de Investigação em Design, Media e Cultura (ID+).
É licenciada em Design de Comunicação e mestre em Multimédia. Concluiu em 2009 o doutoramento com a tese A Ilustração enquanto processo e pensamento. Autoria e interpretação.
Tem como principal interesse de investigação a literacia da saúde e o estudo da cultura visual, orientando dissertações e teses nestas áreas. A ilustração, prática predominante, é hoje o recurso que privilegia na comunicação da saúde às crianças.
ENG
Joana Quental is a designer, illustrator, lecturer at the University of Aveiro and co- responsible for the PhD Design. She graduated in Communication Design and has a master in Multimedia. In 2009 she concluded her PhD with the thesis “Illustration as a process and design thinking. Authorship and interpretation”. Her main research interests are health literacy and visual culture, supervising master thesis and dissertations in these areas. Illustration, as her prevailing practice, is the dominant resource used on health communication to children.
The no meaning turn.
Sincronia, sintonia e Design.
A complexidade do mundo atual leva a uma sobrestimulação da vida, provocando em nós a sensação de nos acharmos continuamente em falta; a necessidade de estarmos sempre num outro lugar que não aquele em que estamos. Face a esta condição, Byung-Chul Han (2009) identifica a dissincronia como principal motivo para a presente crise temporal. A dispersão a que somos diariamente sujeitos não permite a permanência, eliminando a experiência potenciada pela duração. A semantic turn preconizada por Klaus Krippendorf, deu lugar à no meaning turn – um momento em que o excesso de estímulos conduz à superficialidade e à ausência de sentido.
Em consequência desta “atomização da vida”, assistimos a uma “atomização da identidade”, a um fechamento sobre si próprio, à dificuldade em considerar e apreciar o outro; alheamo-nos do que é diferente e esquecemo-nos do que poderíamos ser.
Aspirando à construção do artificial, o design encontra na contemporaneidade um novo desígnio:
o design da experiência. Já não é suficiente desenhar artefatos potencialmente significantes, porque não há tempo para os descobrirmos, para os conhecermos, para nos habituarmos a eles – por isso se antecipa e simula essa relação. Mas poderá o design substituir-se à vida?
É sobre os desafios que se colocam hoje, ao design, que me proponho refletir nesta apresentação, assumindo a sincronia e a sintonia como valores fundamentais a considerar. .
The no meaning turn.
Synchrony, harmony and Design.
Today's complexity leads to overstimulation of life, resulting in us the feeling of being misplaced. Given this condition, Byung-Chul Han (2009) identifies dyssynchrony as the main reason for this temporal crisis. The dispersion that we are daily subject does not allow the permanence, discarding experience enhanced by time extent. The semantic turn advocated by Klaus Krippendorf, gave way to the no meaning turn – the moment when the excess of stimulus leads to superficiality and meaninglessness.
The effect of this "atomisation of life," is a "fragmentation of identity": to close in on oneself, the difficulty to consider and appreciate the other, forgetting about what we could be.
Aspiring to the construction of the artificial, contemporary design finds in a new mission:
the design of experience. It’s not enough to draw potentially significant artifacts, because there’s no time to discover, to know, to get used to them – so, design anticipate and simulates this relationship. But can the design replace life?
It's about design today’s challenges that I propose to reflect in this presentation, assuming synchrony and harmony as fundamental values to consider.
FÁTIMA POMBO
A contribuição da fenomenologia
para as disciplinas de projecto
| bio
| abstract
PT
Fátima Pombo é professora associada com agregação em Estudos em Design na Universidade de Aveiro e professora convidada do departamento de Arquitectura da Universidade de Leuven (KUL), Bélgica. Desempenhou vários cargos ao serviço da universidade, nomeadamente directora da unidade de investigação e directora do curso de Design. Faz investigação no âmbito da fenomenologia, design, arquitectura de interiores e estética. Participa em projectos de investigação internacionais e colabora regularmente em antologias e revistas científicas com referee como Interiors: Design, Architecture and Culture; Idea Journal; Architectoni.ca; Journal of Interior Design; Design and Technology Education; Journal of British Society for Phenomenology. Na Sabática de 2005/2006 fez investigação em Design na Universidade de Barcelona. Foi bolseira de pós-doutoramento da Fundação Alexander von Humboldt na Universidade de Munique e investigadora de doutoramento na Universidade de Heidelberg.
ENG
Fátima Pombo is associate professor with aggregation in Design Studies at University
of Aveiro and guest professor in the department of Architecture at University of Leuven (KUL), Belgium. She served university in various capacities, namely Head of the Research Unit and Head of Design Course. Her research focuses on issues of phenomenology, design, interior architecture and aesthetics. She participates in international research projects and publishes regularly in anthologies and several refereed journals such
as Interiors: Design, Architecture and Culture; Idea Journal; Architectoni.ca; Journal
of Interior Design; Design and Technology Education; Journal of British Society for Phenomenology. During the sabbatical of 2005/2006 she researched in Design at University of Barcelona. She was an Alexander von Humboldt postdoctoral fellow at the University of Munich and doctoral research fellow at University of Heidelberg.
A contribuição da fenomenologia para as disciplinas de projecto
Teóricos e profissionais do design e da arquitectura têm-se referido à fenomenologia para comentarem a sua prática de projectistas e como inspiração e método para clarificar questões tão importantes como ‘design de qualidade’, ‘design e a sua condição perceptiva’, ‘design e sentido do lugar’, ‘criação de atmosferas’. Um dos grandes temas de hoje é a construção de uma nova racionalidade que harmonize as vias de recorte mais tecnológico-funcionalista com as vias mais estético-humanistas, participando dos desafios contemporâneos da profissão de designer (Ken Friedman e Erik Stolterman, 2013; Richard Buchanan, 1995, 2000). A fenomenologia como enquadramento teórico e como prática de investigação dá o seu contributo para a relação do design com a experiência dos artefactos, dos dispositivos, dos serviços, dos contextos, dos espaços e das atmosferas para servir o ser humano e a realização dos seus propósitos colectivos e individuais. Nesta direcção, a abordagem também à reflexão de Andrea Branzi (2010, 2013) sobre o design como cultura de projecto para um tempo pós-ambientalista que, segundo ele, deve integrar questões maiores para o mundo actual como dell’amore, della morte, della psiche, della storia. O design é uma disciplina do fazer, mas o designer não faz apenas, pensa o que faz.
The contribution of phenomenology to the disciplines of project
Theoreticians and professionals of design and architecture have been referring to phenomenology both to comment their practice and as inspiration and method to clarify issues as important as ‘design of quality’, ‘design and its perceptive condition’, ‘design and genius loci’, ‘creation of atmospheres’. One substantial topic nowadays is the construction of a new rationality that harmonizes the technological-functionalist approach with the aesthetical-humanist one, participating from the contemporary challenges related with the profession of being designer (Ken Friedman e Erik Stolterman, 2013; Richard Buchanan, 1995, 2000). Phenomenology both as theoretical framework and as research practice gives a contribution to the connection of design with artifacts’ experience, devices, services, contexts, spaces and atmospheres to serve the human being and the realization of its collective and individual purposes.
Upon this path relies also the approach to Andrea Branzi’s thoughts (2010, 2013) about design as culture of project to a post environmentalist time which, according to him, should address remarkable questions to the contemporaneous world as dell’amore, della morte, della psiche, della storia. Design is a discipline of making, but the designer does not just make, he thinks what he makes.
FRANCISCO LARANJO
Design gráfico automatizado
| bio
| abstract
PT
Francisco Laranjo é um designer gráfico sediado em Londres (Reino Unido) e Porto (Portugal). Os seus textos foram publicados no Design Observer, Eye Magazine, Grafik e Público, entre outros. Tem sido professor visitante e convidado em universidades tais como o Sandberg Institute (Holanda), Royal College of Art, Central Saint Martins, London College of Communication, Kingston University, University of Westminster (Reino Unido), ESAD e Universidade de Coimbra (Portugal). É o editor da revista de crítica de design Modes of Criticism. www.modesofcriticism.org
ENG
Francisco Laranjo is a graphic designer based in London (UK) and Porto (Portugal). His writings have been published on Design Observer, Eye, Grafik, Público, among others. He has been a visiting and guest lecturer at the Sandberg Institute (NL), Royal College of Art, Central Saint Martins, London College of Communication, Kingston University, University of Westminster (UK), ESAD and University of Coimbra (Portugal). He is the editor of the design criticism journal Modes of Criticism. www.modesofcriticism.org
Design gráfico automatizado
Quando a Adobe lançou o programa de edição PageMaker 6.0 em 1995, começou a monitorizar e recolher toda a actividade dos seus utilizadores. Na altura em que o Creative Suite foi lançado em 2003, mais de 180 engenheiros trabalhavam exclusivamente na gestão, categorização e processamento de dados gerados por programas tais como Photoshop, Illustrator, InDesign, Acrobat, Premiere Pro, Dreamweaver e After Effects. Quando a plataforma de exibição de portfólios Behance foi comprada em 2012, a procura de rastrear toda a actividade dos designers tornou-se evidente, apesar de disfarçada como apenas “uma ajuda para impulsionar criatividade.”
A homogeneização global do design gráfico e cultura visual foi uma conquista política para continuar o controlo dos consumidores e a sua respectiva monetização. Em 2025, os designers são gestores de informação. Robôs de design trabalham para e com robôs de marketing. A automatização estava a chegar em 2016 mas os designers estavam demasiado ocupados a financiar nostalgia no kickstarter através do modernismo para debater e problematizar um fenómeno que viria a moldar a forma como trabalham, pensam e vivem. Para a maioria, é tarde demais.
Automated graphic design
When Adobe released the desktop publishing software PageMaker 6.0 in 1995, it started monitoring and collecting its users’ activity online. By the time Creative Suite was released in 2003, over 180 engineers were working exclusively in managing, categorising and processing all the data generated by programs such as Photoshop, Illustrator, InDesign, Acrobat, Premiere Pro, Dreamweaver and After Effects. When the online portfolio-showcasing platform Bēhance was bought in 2012, the pursuit to track every designer’s activity was made evident, although disguised as just a “boost to empower creativity.”
The global homogenisation of graphic design and visual culture was a key political conquest to further push consumer control and its respective monetisation. In 2025, designers are data managers. Design bots work for and with marketing bots. Automation was looming in 2016 but designers were too busy funding nostalgia on kickstarter via good old modernism to debate and problematise a phenomenon that would shape the way they work, think and live. For most of them, it is too late.
LUIZA PRADO e PEDRO OLIVEIRA
Metamorfoses:
por uma descolonização do design
| bio
| abstract
PT
Luiza Prado é pesquisadora em design e gênero, concluindo doutoramento na Universidade de Artes de Berlim. Possui bacharelado em Design Gráfico pela PUC
Rio de Janeiro, e mestrado em Digital Media pela Universidade de Artes de Bremen (Alemanha). Sua investigação preocupa-se com a relação entre dispositivos médicos e a manutenção de sistemas de opressão de gênero.
Pedro Oliveira é pesquisador em design e estudos do som, concluindo doutoramento na Universidade de Artes de Berlim. É graduado em Design Gráfico pela UNESP (Bauru, Brasil), e mestre em Digital Media pela Universidade de Artes de Bremen (Alemanha). Atualmente investiga o papel do design na produção e perpetuação de violências praticadas com ou através do som.
Luiza e Pedro trabalham também sob o nome de “A Parede”, investigando, de maneira conjunta, novas metodologias e processos para a descolonização ideológica e epistemológica do Design. Ambos possuem financiamento integral por parte do Comitê Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq).
ENG
Luiza Prado is a design researcher in gender studies, and is currently a PhD Candidate at the Universität der Künste Berlin. She holds a BA in Graphic Design from Pontifícia Universidade Católica, (Rio de Janeiro, Brazil), and an MA in Digital Media from the Hochschule für Künste Bremen (Germany). Her research investigates the relationship between medical devices and the establishment and perpetuation of gender systems.
Pedro Oliveira is a design researcher in sound studies, and is also a PhD Candidate at the Universität der Künste Berlin. He holds a BA in Graphic Design from Universidade Estadual Paulista (Bauru, Brazil) and an MA in Digital Media from the Hochschule für Künste Bremen (Germany). His research investigates the role of design in upholding violences with and through sound.
Luiza and Pedro also work as A Parede, researching together new design methodologies and processes for an ideological and epistemological decolonization of the discipline. Both are fully funded by the Brazilian Committee for Research and Development (CNPq).
Metamorfoses:
Por uma Descolonização do Design
Design é, frequentemente, entendido como uma “teoria universal” da cultura material, e este entendimento se reflete na quase que completa ausência de um diálogo crítico sobre suas ontologias e epistemologias. No contexto Sul-Americano, Design é também, em sua maior parte, uma disciplina fortemente ligada ao paradigma desenvolvimentista, um conjunto de estudos e práticas herdeiro de um projeto colonizador que se desdobra no projeto neoliberal. Nossa posição enquanto investigadores sul-americanos vivendo e trabalhando na Europa requer que dialoguemos com o epistemologicamente adquirido, mas também com o que foi ontologicamente imposto. Em nossas pesquisas individuais, abordamos estas questões em objetos de estudo distintos como medicamentos e dispositivos sonoros. Coletivamente como “A Parede”, desenvolvemos pedagogias e métodos que entendam o design como uma linguagem para a prática política do cotidiano. Nesta conferência discutiremos os desdobramentos de nossas investigações desde 2013, bem como planos e projetos futuros.
Shapeshifting:
Towards Decolonizing Design
Design is frequently understood as a form of “universal theory” of material culture, and such understanding reflects a profound lack of critical ontological and epistemological inquiry. In a South American context, Design for the most part subscribes to a developmentalist paradigm, a set of research and practices inextricably linked to the former colonial and now neoliberal project. Our position as south american researchers living and working in Europe requires us to negotiate not only what is epistemologically acquired, but also what is ontologically imposed. In our individual researchers we tackle these issues in distinct objects of study such as medications and sound apparatuses. Collectively as “A Parede” we propose methods and pedagogies for design to become a language for political literacy. In this keynote we will discuss the development of our researches since 2013, as well as our future endeavors.